sábado, 8 de dezembro de 2007

Pais

Às vezes o cansaço leva-nos a dizer coisas que não queríamos verdadeiramente dizer..
Sentimo-nos sufocados com tanta pergunta, com tanta pressão, com tanta intromissão e até às vezes, com injustiça, tal é a preocupação demonstrada pelos nossos pais..
Somos responsáveis e adultos para umas coisas, noutras somos apenas crianças... Os pais são efectivamente indecisos por natureza!
Há conversas que não queremos ter com os pais porque queremos a nossa independência e vida pessoal...
Há discussões que mais valia não termos tido, pois se achamos sempre que não vale a pena porquê discutir?...
Há pedidos de desculpa que deixam de ser feitos simplesmente porque o nosso orgulho é maior que tudo e todos...
Há formas de dizer as coisas, mas temos sempre tendência para levantar a voz porque havemos de ter sempre razão dê lá por onde der...
O ser humano é exigente por natureza e tanto o somos para connosco mesmos como para com os outros e os pais são o maior exemplo que temos disso. Têm uma capacidade enorme de nos fazer sentir inferiores e/ou superiores nem que seja com meras palavras, pois eles são as pessoas que melhor nos conhecem por mais que não queiramos admiti-lo.
"Não fazes nada em casa", "Só queres é sair", " Para a tua família nunca tens tempo", "Se eu soubesse que era assim não te tinha deixado ir", " Se os outros conseguem porque é que tu não hás-de conseguir?", " Já não quero saber, já não tenho mão em ti..Faz o que quiseres"...
É frustrante e é quando a nossa auto-estima está em baixo que queremos acima de tudo dar-lhes motivos para se orgulharem de nós...
O que acontece é que nós filhos, somos peritos em arranjar desculpas para tudo e para todos...
Geralmente, quando é para obedecer aos pais, inventamos tudo e mais alguma coisa para não o fazer..
Estaremos constantemente a "ouvir" dos pais pois essa é a função deles....educar-nos o melhor possível, fazer de nós um modelo a seguir, criar-nos de forma a sermos uns bons pais um dia, baixar-nos a auto-estima para que a nossa humildade nos leve a triunfar na vida...
Às vezes só precisamos que alguém nos ouça e compreenda...que nos diga o que fazer...que veja as coisas da nossa perspectiva...que nos faça sentir amados...que nos diga " Tenho orgulho em ti!"
Por isso...
Quando sentires que não fazes nada bem que agrade aos teus pais, nunca penses que não serves para nada...pensa que tens alguém que se preocupa contigo e que acredita em ti ao ponto de saber que és capaz de fazer mais e melhor ;)

A todos os pais, as minhas sinceras desculpas por tudo o que nós filhos fazemos mas também tentem ver as coisas do nosso lado, ouçam-nos!...
A todos os filhos, tenham paciência...com jeitinho conseguimos conviver...ajudem-nos a compreender!

Um beijo

3 comentários:

Anónimo disse...

N sei s alguma vez falei disto... mas haverá sempre, por parte de alguem seguidor de um individuali3mo quese egoista(no bom sentido), a vaga ideia, por vezes não formulada ou racionalizada, da distorção que poderá ser qualquer educação. Muitas vezes, as crises da juventude, como por exemplo: a rebeldia, a vontade precoce de liberdades alternativas, a desenfreadez avarios niveis... e, sobretudo, a «autodestruição», que é a principal causa de todas as limitações e repressões por parte dos pais, terá por vezes, um carácter essencial!
Abreviando e simplificando ao maximo(pois todos os fenómenos humanos terão inevitávelmente de ser complexos)... ha que destruir qualquer educação dada, de forma a construir uma personalidade adiante... pois quem se sujeita indescutivelmente a esse educação so poderá vir a crescer um ser martirizado sem capacidade de criação por virtude própria.
Simplificando ainda mais... Quem decide o que está certo ou não?O que se pode fazer, ou não?? Há sempre um certo desejo de autoridade e de decisão a este nível por parte de alguem( provavelmente dos pais). Não será isso alguma forma gentil de egoismo es sede de poder??

Anónimo disse...

aquele comentário foi redigido à pressa e sem olhar a estrutura do texto no seu geral. Apenas se salientem as ideias fundamentais... alias, A ideia fundamental. E perdoem-me os erros ortográficos! Que este teclado tá manhoso...hehe

Anónimo disse...

Só quem se foca nas suas questões individuais, por vezes de forma cruel e distante(meramente em sentido subjectivo) poderá contornar a eterna questão do problemático relacionamento entre pais e filhos e evitar muitos problemas. Os pais sao um suporte material também e, por vezes, terão de ser tratados como crianças se poderem realizar a nível emocional.
Quem vive pela vida dos outros, ou pelos outros, perderá as componentes essenciais da sua «personalidade»(termo eternamente ligado a esta questão): o orgulho, a autodeterminação(humanização do instinto de sobrevivência), o respeito(e autorespeito).
Quem perde as componentes essenciais da personalidade nem poderá ser considerado pelos próprios pais, a não ser por mera questão de piedade-que cria um círcuito fechado negativo em torno de si...
De qualquer maneira, o relacionamento entre pais e filhos, poderá ser belíssimo, se isento de altruísmo e sentimentalismo instintivo.